domingo, 12 de setembro de 2010

I Seminário de Memória e Patrimônio Histórico de Queimados: lista de oficinas

As inscrições para o I Seminário de Memória e Patrimônio Histórico de Queimados estão se esgotando!  Segue abaixo, a relação das oficinas que podem ser escolhidas pelos interessados, quando do recebimento da ficha de inscrição:

1. História e Memória da Escravidão Africana na Baixada Fluminense.
Prof. Dr. Nielson Rosa Bezerra
Biblioteca Nacional / CRPH-Clio

2. Ensino de História: Brincando de Arqueólogo e Historiador.
Prof. Dr. Julio Gralha
UERJ-NEA / UFF / UNICAMP

3. Memória, Narrativas Literárias e Museu.
Prof. Ms. Marlucia Santos de Souza
CRPH-DC / APPH-Clio

4. Arquitetura e Identidade – O quê e por quê preservar.
Arq. André Bianche (Subsecretário de Urbanismo e Meio Ambiente de Queimados)
UFRJ-FAU / SEMURMA

5. Instituto Histórico – CMDC: Pioneirismo na Preservação e Guarda de Documentos.
Prof. Esp. Tânia Amaro (Diretora do Instituto Histórico-CMDC)
ASMIR / UNIGRANRIO

6. A Juventude e a Produção da Memória: experiências instituídas na Baixada Fluminense.
Prof. Ms. Antônio Augusto Braz
CRPH /DC e CARE Brasil / UNIGRANRIO

7. Rodas de Memória nas Escolas: experiências em curso na Baixada Fluminense.
Professora Fátima David.
CPMHEC-DC

8. João Cândido Felisberto: Exclusão e Racismo no Início da República.
Prof. Ms. Ercília Coelho (Mestra em História Social do Brasil – USS / Membro da Pastoral Afro-brasileira.)
Prof. Esp. Nádia Aparecida Tobias Felix (Especialista em História da África – Universidade Cândido Mendes / Membro da Pastoral Afro-brasileira).

9. Entrelaçando memória e experiência.
Profª. Drª. Angela Maria Roberti Martins (UNIGRANRIO)
Profª. Mestranda Denise Batista da Silva (UNIGRANRIO)

10. Usos da Memória e do Repertório Local na Prática Docente.
Ana Cretton e Vinícius Monção
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular – CNFCP / IPHAN

Envie um e-mail para patrimonioqueimados@hotmail.com, solicitando sua inscrição.

sábado, 11 de setembro de 2010

Construindo a História: com o fim dos laranjais, a fragmentação do espaço.

Dentro de Nova Iguaçu, os territórios que hoje correspondem aos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis já apresentavam uma maior densidade demográfica e maior nível de urbanização desde a época dos laranjais, nos anos 30. Após a decadência da citricultura, lideranças locais iniciaram movimentações políticas voltadas para a fragmentação. Podemos afirmar que a partir da década de 50, as primeiras articulações em prol da emancipação começaram a se delinear também em Queimados, então sede do Segundo Distrito de Nova Iguaçu. A criação da Sociedade Pró-Melhoramentos de Queimados, em 1954, congregando comerciantes e lideranças políticas locais, funcionou como porta-voz desse movimento. Por outro lado, as comemorações em torno do centenário da construção da estrada de ferro, em 1958, também forneceram ocasião para que tal movimento adquirisse contornos mais definidos, uma vez que a construção da ferrovia sempre foi apropriada como um signo do progresso e da importância do local. Entrevemos indícios significativos dessa importância no texto abaixo, extraído de “O Centenário”:

“A data é um marco de progresso na história de Queimados. Sua comemoração corresponde ao regozijo, ao júbilo que provoca em todas as mentes esclarecidas. Seu cunho será de caráter histórico, cívico e popular. (...) Teremos a visita de altas autoridades do governo, de políticos e de muita gente de fora. (...) Sem os festejos, ninguém viria. Sejamos pois otimistas e trabalhemos para que os Festejos do Centenário repercutam maravilhosamente no espírito de todos os queimadenses e daqueles que nos visitem...”

O folheto “O Centenário” foi criado especialmente para os festejos do centenário da Estrada de Ferro. O evento foi utilizado como atrativo para as autoridades e ferramenta para as reivindicações emancipadoras junto às autoridades municipais, estaduais e federais. Possivelmente, a denominação do local é anterior à implantação da estação ferroviária e, segundo informações contidas no folheto, a data de comemoração dos cem anos da Estrada de Ferro é a mesma utilizada no período, para as comemorações do aniversário do local. Essa constatação nos permite dimensionar o processo de apropriação ao qual nos referimos. O mesmo folheto, de periodicidade semanal condicionada à celebração, registra em outra edição, a necessidade de um levantamento da história do local, destacando ainda a metodologia a ser empregada para a consecução desse fim: “entrevistas dos mais velhos moradores de Queimados.” Esse enunciado nos permite inferir o esforço para a elaboração de uma memória coletiva que fundamentasse a construção de uma identidade queimadense.


Carnaval e comemorações do Centenário da Estrada de Ferro
Queimados - 1958 
Assim sendo, ajude-nos na construção permanente dessa identidade!  Colabore postando comentários, adicionando informações e / ou registros dessa época.