Tão logo tomou posse a primeira administração queimadense, fez-se necessária a promoção de concurso a fim de escolher os símbolos que representariam a cidade: o brasão, a bandeira e o hino.
O brasão, que observamos abaixo, foi escolhido entre os projetos de 33 candidatos e, assim como a bandeira, é de autoria de Luciano Damasceno da Costa, na época, estudante do 2º ano do Ensino Médio Técnico em Informática do Centro Educacional Betel I.
Os 33 trabalhos foram submetidos à análise de uma comissão composta por indicação do Colégio Brasileiro de Genealogia e Heráldica do Rio de Janeiro. Dentre as exigências, destacamos que o brasão devia conter dados econômicos, geográficos e históricos do município.
Assim sendo, o brasão é composto dos seguintes elementos icônicos:
1) É encimado por cinco torres, representando, simbolicamente, um município.
2) Na lateral esquerda, um elemento que representa a cultura do milho. À direita, observamos elemento que representa a cultura da mandioca. A presença de tais símbolos, nos remete aos primórdios da colonização, onde a região destacou-se como produtora de tais gêneros, visando o abastecimento local e do Rio de Janeiro.
3) Unindo os elementos representativos das culturas de milho e mandioca, um listel (espécie de faixa), contendo o nome da cidade e duas datas: 1858 e 1990. A data mais recente, alude à conquista da emancipação política. Nos chama a atenção a data de 1858, balizando a chegada da Estrada de Ferro à localidade, o que, no imaginário popular, assinala a criação do povoado e o primeiro sinal de progresso que chegou à região.
4) No escudo, observamos que o primeiro terçado (o escudo é dividido em três partes) encontram-se elementos que representam a citricultura, principal fonte econômica da região na primeira metade do século XX, e a citada ferrovia, que ligou Queimados ao Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro, ainda no final do século XIX.
5) No segundo terçado, temos representado o relevo típico da região, com maciços em forma de "meias laranjas", isto é: pequenos morros arredondados. As cinco estrelas amarelas representam vilas que deram origem ao município: Vila das Mangueiras, Vila das Porteiras, Vila dos Bambus, Vila de Tinguá e Vila de Camorim. Ressaltamos que, algumas dessas localidades foram bairros formados a partir do fracionamento das terras da Fazenda do Weimschenck (Fanchém), quando do colapso da citricultura, a partir da década de 40. O Dr. Guilherme Weimschenck, dono das terras, foi um dos grandes produtores de laranja da região. Com o loteamento das terras da antiga propriedade, várias ruas abertas nesse contexto receberam o nome de funcionários da fazenda: a singela homenagem, hoje pode ser um dos pontos de partida para uma pesquisa da História Local...
6) O terceiro terçado traz um elemento iconográfico que representa uma fábrica, aludindo à implantação do Parque Industrial, na década de 70, às margens da Rodovia Presidente Dutra.
Fonte: VÁRIOS. Queimados: do sonho à realidade. SMECD/Queimados: s/d.
Muito legal. É bem interessante observar como o brasão traz codificadas tantas informações sobre a trajetória do município!
ResponderExcluirMuito interessante!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão fazia ideia dos símbolos. Muito bom. Também sobre as primeiras vilas. Gostaria de saber quando recebemos e porque temos o nome de Queimados .
ResponderExcluirSegundo a história, a origem do nome do município deve-se a este acontecimento, uma vez que os chineses tinham por costume queimar os seus mortos. Este costume criou entre os populares, que tinham que passar pelo local onde os corpos haviam sido queimados, a seguinte forma de indicar o caminho: "vou pela estrada dos queimados", o que acabou por nomear o local. https://www.queimados.rj.gov.br/municipio
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