A Baixada Fluminense tem uma cor? Qual seria a cor
da Baixada Fluminense? Com esse tipo de provocação, Nielson Bezerra traça
parte da história do Recôncavo do Rio de Janeiro, através de uma análise sobre a
vida social da região, protagonizada pelos africanos e afrodescendentes que
viveram as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Por que um território que foi povoado por uma população majoritariamente negra
não tem referências suficientes na historiografia produzida pela
região? Mais uma vez o autor nos provoca o pensamento...
Esse pode ser
classificado como um ensaio em aberto, muito mais interessado em iniciar um
debate do que encerrar seus argumentos. Um livro necessário para que a Baixada
Fluminense possa enxergar em seu passado um espaço de reflexão sobre os seus
problemas atuais.
Mais uma vez Nielson Bezerra demonstra o seu interesse em atingir o leitor
comum, privilegiando narrativas de personagens reais, cujas histórias são tão
verdadeiras que qualquer morador da região confunde com a trajetória de seus
próprios antepassados. Conquanto, como um historiador de talento
internacionalmente reconhecido, Bezerra não se furta dos métodos e das diversas
concepções teóricas, demonstrando ser possível um diálogo entre a produção
científica formal e o leitor comum. O livro é divertido, suas histórias
envolventes e suas recorrentes provocações estão em cada página discorrida.
"A cor da Baixada” é um livro em que o cidadão de cor, ou seja, pretos e
mestiços, que formam a maioria da população das cidades do território, são
agentes de sua própria história. As escolhas individuais, os interesses
pessoais, as estratégias coletivas e as diferentes formas de sociabilidades são
exploradas em cada capítulo. Esse é um livro para aqueles que desejam saber um
pouco mais sobre o longo tempo em que a escravidão perdurou como modalidade de
exploração do trabalho africano no Brasil. Mas esse é, sobretudo um livro para
aqueles que têm compromisso com a liberdade, pois através de sua leitura, será
possível perceber os difíceis meandros percorridos para a construção da
cidadania da população de cor nos primeiros anos republicanos de nossa
história. (texto informado pelo autor)
Nielson Rosa Bezerra. A cor da Baixada: escravidão, liberdade e pós abolição no Recôncavo da Guanabara. Duque de Caxias: APPH-CLIO, 2012.
Contatos: bezerranielson@hotmail.com
Nielson parabéns! Mais um trabalho dígno sobre a História da Escravidão e construção da Baixada. Continue prestigiando este Recôncavo da Guanabara, mostrando a história tão próxima da Côrte (Capital do Brasil) e ignorada até mesmo pelos professores de História da região na atualidade. Profª Fatima Muniz (Queimados - RJ).
ResponderExcluirQue delícia, esta matéria! Bem apropriada, pois amanhã 29-03-2013, a nossa Estação Ferroviária (de Queimados-RJ) estará completando 155 anos e meus alunos (E.M. Washington Manoel / Queimados) estão antenados nas pesquisas e congratulações... Profª Fatima Muniz.
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