No avançar da segunda década do século
XXI, multiplicam-se os debates em torno do desenvolvimento sustentável e da
criação de programas que deem conta de instituir pilares para a Educação
Ambiental. As interações estabelecidas entre homem e natureza passaram a ocupar
lugar de destaque no pensamento ocidental já na segunda metade do século
passado, motivadas, em parte, pela emergência de movimentos culturais
ligados à defesa de direitos civis, políticos e sociais. Os acelerados e
inevitáveis processos de urbanização e modernização das cidades também
contribuem para o aprofundamento dessas reflexões, na medida em que expõem as
tensões entre progresso e degradação ambiental.
Miguel Novaes de Almeida: diretor presidente da SANEÁGUAS. |
Em sintonia com esses debates,
entrevistamos hoje, Miguel Novaes de Almeida, diretor presidente da SANEÁGUAS:
primeira empresa de saneamento da Baixada Fluminense e uma das quatro maiores
do Estado do Rio de Janeiro, instalada e atuante em Queimados há 15 anos.
Durante cerca de uma hora de entrevista, Miguel discorreu sobre suas experiências
à frente dessa empresa, tecendo os fios de uma história que se interpola à sua
própria trajetória de vida na cidade.
Miguel é pai da pequena Dhyulia Peluzio de Almeida, fruto de um sólido casamento de 15 anos com Dona
Leila Cristina Peluzio. Ao atender a uma solicitação da família da esposa,
Miguel muda-se do Rio de Janeiro para Queimados e a partir de então,
trajetórias pessoal e profissional convergiriam, revelando os nexos de
afetividade estabelecidos entre o nosso entrevistado e a cidade de Queimados.
Isso posto, Miguel destacou, ainda, as
parcerias firmadas entre sua empresa e Prefeituras da Baixada Fluminense, sobretudo com a Prefeitura de Queimados, na realização das obras de saneamento da
região. Também mereceu amplo destaque, ao longo de sua fala, o trabalho
desenvolvido pela SANEÁGUAS, no âmbito da Educação Ambiental, junto à população
local. Sob essa perspectiva, Miguel ressaltou a importância da
conscientização popular, acerca dos impactos socioambientais do crescimento
experimentado por Queimados, particularmente nas últimas décadas.
Segundo a psicóloga e educadora Isabel Cristina de Moura Carvalho: A Educação Ambiental fomenta sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental. Dessa forma, estabelece-se como mediação para múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente (...) [A] Educação Ambiental [atua] como mediadora na construção social de novas sensibilidades e posturas éticas diante do mundo (CARVALHO, 2008)
Miguel de Novaes no momento em que
ressalta a importância do incentivo a
ações no campo da educação e da
cultura.
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Em sua fala, Miguel Novaes
nos permitiu entrever sua concordância com esses pressupostos. Ao afirmar que
os investimentos na cultura devem ser priorizados como forma de se atingir um
desenvolvimento sustentável, relacionou suas experiências nessa área com a
formação adquirida na Maçonaria. Maçom desde 2003, Miguel é, hoje, presidente
da Loja Maçônica Akhenaton, em Miguel Couto - Nova Iguaçu. Segundo
Miguel,
Ao usar o processo de lapidação como metáfora para ilustrar a importância de sua associação à Maçonaria, nosso entrevistado aponta o conhecimento como o caminho para o progresso humano. Ao apostar nesse caminho, conjugando-o à sua prática profissional, reafirmou a ideia de que “a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social” (JACOBI, 2003: 196). Pensar nisso nos convida a refletir um pouco sobre as tensões enfrentadas hoje por uma cidade que se moderniza a cada dia, mas, que no entanto, entende que cidadania é ato continuo de construção e, que sobretudo, perpassa pelo reconhecimento de suas raízes.
O maçom, quando ele entra [para a Maçonaria], ele entra sem preparo nenhum: ele é totalmente uma pedra bruta. Com o tempo, ele é lapidado para ser um grande homem e aí, ensinar [através do exemplo] a outros homens, como deve se comportar perante as leis de Deus (...) para chegar a ser uma pedra polida, um homem de bem... (ALMEIDA, 2014).
Ao usar o processo de lapidação como metáfora para ilustrar a importância de sua associação à Maçonaria, nosso entrevistado aponta o conhecimento como o caminho para o progresso humano. Ao apostar nesse caminho, conjugando-o à sua prática profissional, reafirmou a ideia de que “a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social” (JACOBI, 2003: 196). Pensar nisso nos convida a refletir um pouco sobre as tensões enfrentadas hoje por uma cidade que se moderniza a cada dia, mas, que no entanto, entende que cidadania é ato continuo de construção e, que sobretudo, perpassa pelo reconhecimento de suas raízes.
Gosto muito do Miguel. Um empresário bem sucedido e simples. Gostaria muito de saber o que ele pensa sobre o produtivismo/consumismo, pilares de sustentação do sistema econômico vigente. Ao meu ver e no de muitos cientistas e filósofos ambientalistas, se continuarmos a produzir nesta intensidade e velocidade em breve tornaremos a terra um lugar inabitável. Será Miguel, que podemos vislumbrar uma alternativa econômica para travar o produtivismo/consumismo? Estariam os detentores dos meios de produção, os governos, os grandes empresários e banqueiros dispostos a dar uma trégua nos seus lucros para preservarmos a terra por mais alguns anos? Ou eles são assim, do tipo, "morrem mas, não largam o osso"? Seria interessante, além dos cursos ambientais, começarmos uma bateria de seminários pelo Brasil a fora conscientizando a juventude principalmente para a necessidade de priorizar o "ser" no lugar do "ter" com enfoque na urgência da salvação da terra, seria possível mostrar que o "bem viver" é na verdade o "viver bem entre nós" e que para isso precisamos menos produtos e mais humanidade? Sou a favor da "Sociedade do Bem viver". http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/38925-elementos-para-a-busca-do-bem-viver-sumak-kawsay-para-todos-e-sempre-
ResponderExcluirwww.adital.com.br/.../o%20bem%20viver,%20construindo%20uma%20...
http://ecologiaefe.blogspot.com.br/2014/04/bem-viver-nova-forma-de-existencia-e-de.html
http://www.pucminas.br/documentos/ivo_les_pdf.pdf
Ainda quero complementar observando que o homem se coloca como centro das atenções do universo, como o melhor e o maior ente terrestre e por isso ao dominá-la e explorá-la, não atenta para a organicidade da terra, não compreende que ao agredi-la para ampliar sua riqueza e bem estar em detrimento dos outros seres, acaba justamente por destruí-la e com ela o bem estar geral.
ExcluirSão atos de pessoas assim que prometem futuro melhor aos nossos filhos.
ResponderExcluirMiguel Novaes de Almeida!!!!!!!!
ResponderExcluirFigura!!!!!
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