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O professor Alair Duarte orienta os cursistas na aplicação
do método de Análise do Discurso ao texto do folheto O
Centenário, de 1958. |
As aulas teóricas da segunda fase do projeto Encontros & Conexões encerraram-se nesse sábado (29/11). Abrilhantando o último encontro, contamos com as presenças dos professores Alair Duarte e Junio César Rodrigues, discorrendo sobre metodologias de Análise do Discurso. O professor Alair iniciou a aula demonstrando a subjetividade dos discursos, às quais os pesquisadores devem estar sempre atentos na hora de empreender seu trabalho. O professor Alair articulou, em sua exposição, a premissa introduzida por Maria Aparecida Baccega aos conceitos teórico-metodológicos de Marcel Detienne. Assim, percebemos que a palavra é viva e que por meio dela, vão se formando os conjuntos de representações e ideias que nos permitem apontar possibilidades interpretativas para as sociedades do passado. O professor Alair usa os pressupostos de Detienne para propor relações dialógicas entre Antiguidade e Contemporaneidade. Assim, ele nos mostra que o método é indispensável para a pesquisa histórica, pois presume o aparato usado para interpretação crítica do documento.
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O professor Junio César apresenta aos cursistas, outra
abordagem para a Análise do Discurso. |
Complementando a fala do professor Alair, o professor Junio César trouxe uma diferente abordagem também voltada para a Análise do Discurso. Baseando-se no instrumental desenvolvido por Eni Orlandi, o professor Junio deu ênfase às múltiplas mensagens captadas em um discurso, bem como os impactos gerados pela recepção desses discursos. Nessa perspectiva analítica, destacaram-se as funções desempenhadas pelo emissor, pelos receptores, assim como o caráter do discurso. Observar tais aspectos são indispensáveis para situarmos o local de fala de quem produziu aquele discurso e chegarmos aos seus prováveis significados.
Ao final de ambas as exposições, foi orientado o trabalho dos cursistas, aplicando as metodologias desenvolvidas a um documento sobre a história de Queimados. Tal documento (um artigo do folheto
O Centenário) foi analisado pelo grupo e, em pouco tempo, interessantes hipóteses já começaram a aflorar. Dessa forma, percebemos que não importa se o documento foi produzido na Grécia Clássica ou na Baixada Fluminense, da década de 1950: o método fornecerá o instrumental para que nossos olhos do século XXI possam se debruçar sobre os vestígios do passado...
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Ao final do encontro, a emoção toma conta... |
No encerramento desse encontro e das aulas teóricas dessa etapa do Encontros & Conexões, o clima era de total confraternização. O grupo segue animado pela possibilidade inovadora de investigar as múltiplas memórias e escrever a história de sua cidade, inaugurada por este projeto. Assim, aguarda ansioso a culminância em Vassouras, daqui à três semanas. Da mesma forma, parabeniza a Secretaria de Educação de Queimados, por ter proporcionado a realização desse projeto e já pensa na continuidade dessas iniciativas, dada a sua recepção e impacto positivo junto à comunidade.
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